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Vale a pena contratar um seguro de saúde para doenças oncológicas?

Alguns seguros de saúde apresentam plafonds específicos, mais elevados, para cobrir despesas com doenças graves ou oncológicas. Saiba o que incluem e quais os capitais disponíveis.

21 setembro 2023
Doente oncológico a realizar um teste numa máquina de scan

iStock

Face às dificuldades de acesso ao Serviço Nacional de Saúde, muitos consumidores procuram acautelar a assistência médica no sistema privado, através de um seguro de saúde. Porém, não serão poucos os casos em que a cobertura falha quando o paciente mais precisa, isto é, quando a infelicidade de uma doença grave, como um cancro ou um acidente vascular cerebral, bate à porta. Porque os tratamentos são caros e prolongados, os limites de capital esvaem-se num abrir e fechar de olhos.

Para responder a este género de queixas e preocupações, os planos mais completos, e mais caros, de algumas seguradoras contemplam plafonds específicos (e avantajados) para doenças oncológicas e/ou graves. Outras há que permitem a contratação de coberturas adicionais para estas patologias. Refira-se, contudo, que grande parte destes planos já têm, na base, capitais elevados, sobretudo para hospitalização, que cobrem doenças graves e oncológicas. Como em qualquer seguro de saúde, os prémios a pagar aumentam com a idade.

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Tratamento de doenças graves só no estrangeiro

Convém esclarecer o que as seguradoras entendem por doenças graves e oncológicas. O primeiro conceito inclui doenças do foro oncológico, transplante de órgãos, neurocirurgias, bypass das artérias coronárias e acidentes vasculares cerebrais. As doenças oncológicas, como o nome indica, abrangem apenas situações de cancro. As coberturas que as incluem garantem o pagamento total das despesas com diagnóstico, tratamentos, internamento e serviços ou prescrições médicas consideradas clinicamente necessárias, quando resultem das doenças indicadas. No geral, não estão previstas franquias, mas também não há comparticipação por reembolso, pelo que o acompanhamento tem de ocorrer obrigatoriamente na rede de prestadores indicada pela seguradora.

Ao contrário do que acontece com os plafonds exclusivamente destinados à oncologia, os de doenças graves, geralmente, só são válidos para despesas no estrangeiro, e com o acordo prévio da seguradora, o que retira interesse à cobertura. Do top 10, apenas a Real Vida comparticipa despesas em Portugal. A cobertura relativa às doenças graves abrange também despesas com transporte em ambulâncias, se prescrito por um médico e aprovado previamente pela companhia de seguros. Está também incluída a viagem de ida e volta para o país em que se realizam os tratamentos, em classe económica, para o beneficiário e um acompanhante.

Reforço de um milhão completa cobertura de hospitalização

Das 10 melhores apólices de seguros de saúde, seis apresentam capitais reforçados para hospitalização por doenças graves e/ou oncológicas, sem aumento do prémio. A maioria atinge um milhão de euros. No caso do ambulatório, as seguradoras acrescentam entre 1500 e 5 mil euros à cobertura de base, se for diagnosticada uma doença grave ou oncológica durante o contrato.

Contratar um seguro de saúde com cobertura para doenças graves e oncológicas?

Não há seguros totalmente inclusivos. Apesar de alguns pacotes serem muito abrangentes, nenhuma apólice cobre a totalidade dos problemas de saúde. Para começar, como sucede com quase todos os seguros de saúde, só são comparticipadas as despesas com doenças que surjam durante a vigência do contrato. Todos os problemas de saúde preexistentes ficam excluídos à partida.

A cobertura de doenças graves, além de, na maioria dos casos, só comparticipar despesas no estrangeiro, exclui problemas de saúde sérios resultantes de atos de imprudência ou negligência grave do segurado (como as consequências de uma tentativa de suicídio ou um transplante devido a cirrose alcoólica), sida e patologias associadas, bem como doença coronária tratada com técnicas que não requeiram cirurgia. Aparelhos e sapatos ortopédicos, cintas, ligaduras, muletas, membros ou órgãos artificiais e perucas, em geral, também ficam de fora. As doenças oncológicas, por seu lado, não incluem, por exemplo, cancros de pele que não sejam melanoma (o mais agressivo), nem tumores em que apenas haja suspeitas de cancro. O tratamento de tumores localizados, que, clinicamente, não apresentem risco de progressão, também não é comparticipado.

Assim, seja pelos limites de capital, pelas exclusões ou pela pouca amplitude da rede de prestadores, nenhum seguro abrange todas as condições de saúde. As coberturas específicas para doenças graves ou oncológicas, quando opcionais, podem ter interesse se os limites de capital das coberturas de base forem restritos e, sobretudo, se houver história familiar deste tipo de doenças.

 

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