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Poupe 40 euros numa ida ao supermercado

Legumes ultracongelados chegam a custar menos 80% do que os frescos, e as embalagens familiares compensam quase sempre. Com os conselhos da DECO PROTESTE poupa 40 euros num cabaz de 16 alimentos essenciais.

10 fevereiro 2023 Exclusivo
consumidora com cesto de legumes olha para produtos refrigerados

iStock

Em tempo de crise, há que procurar soluções para poupar em várias frentes, nomeadamente nos bens essenciais, como os alimentos. Os preços das compras no supermercado não param de subir desde que rebentou a guerra na Ucrânia, e o orçamento familiar não estica.

Num estudo comparativo de preços de várias versões de um mesmo alimento (por exemplo, brócolos frescos e ultracongelados ou feijão seco versus enlatado ou embalagem pequena e familiar de corn flakes), a DECO PROTESTE verificou que é possível poupar, e muito, na fatura das compras, sem renunciar à qualidade nutricional.

A poupança é substancial com legumes ultracongelados porque, neste caso, utiliza-se tudo. Ao optar por brócolos a granel, por exemplo, depois de eliminar os talos, só se aproveita cerca de metade do legume (tal como, no alho-francês, se costuma retirar a rama verde). Os legumes ultracongelados, além de mais baratos e práticos (não precisam de ser lavados e cortados), duram mais: não se corre o risco de amarelecerem no fundo do frigorífico e de acabarem no lixo.   

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Como e quanto se pode poupar no supermercado?

A DECO PROTESTE comparou o preço de alimentos disponíveis em embalagens grandes versus pequenas (o cálculo considerou um quilo de produto). Verificou também outras hipóteses de poupança, considerando diferentes opções: produtos frescos e ultracongelados ou em conserva, embalados versus a granel, frutos secos com casca e sem casca, etc. Só foram consideradas marcas com versões alternativas no mesmo supermercado.

No final, foi feito o cálculo do custo total de um cabaz de 16 produtos para quem opte pelas versões mais baratas, para verificar quanto se pode poupar. Para ser equiparável, o preço foi calculado por quilo. Para produtos com e sem casca e enlatados, considerou-se o peso de produto edível (realmente consumível, de acordo com dados do Instituto Dr. Ricardo Jorge). Para o café, os cálculos foram feitos para 40 cápsulas.

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Ultracongelados são práticos e quase sempre mais baratos

Legumes ultracongelados a um quinto do preço dos frescos

Na comparação de legumes frescos, comprados a granel ou já lavados e prontos a usar (como espinafres em folhas) com os seus equivalentes ultracongelados, estes últimos são sempre mais (ou mesmo muito mais) baratos: chegam a custar um quinto do preço. Isto porque se aproveita tudo dos legumes congelados. Vejamos alguns exemplos.

Espinafres até 80% mais baratos

Caso pretenda incluir espinafres em saladas, por exemplo, as folhas já lavadas em saco são efetivamente práticas. Contudo, um molho de espinafres a granel confere uma poupança de 14%, em média, podendo mesmo ser na ordem dos 20%, consoante a marca e a loja.

Já se os vai cozer (para confecionar esparregado ou incluir numa sopa, por exemplo), os espinafres ultracongelados são, de longe, a opção mais em conta. Os ultracongelados são, em média, 72% mais baratos, podendo a poupança atingir 80% dependendo da marca e do supermercado.

Brócolos a menos de metade do preço e mais práticos

Se costuma comprar brócolos a granel, saiba que, depois de eliminar os talos, só se aproveita cerca de metade do legume.

A versão ultracongelada só apresenta vantagens:

  • sai por menos de metade do preço;
  • é igualmente nutritiva;
  • é bem mais prática. Não se perde tempo na preparação e lavagem, o tempo de cozedura é menor e aproveita-se tudo;
  • conserva-se por mais tempo. Guardados no congelador, pode cozinhar só a dose necessária e não corre o risco de amarelarem, se não os consumir no curto prazo.

Este exemplo aplica-se a outros legumes, como alho-francês. Se costuma comprá-lo fresco inteiro e costuma eliminar a rama verde, saiba que só aproveitará pouco mais de metade do legume. Neste caso, é preferível recorrer à versão embalada, já sem a rama, ou ultracongelada. Poupa assim, 10% e até 75% do dinheiro,

As ervilhas congeladas são igualmente práticas e 50% mais em conta do que as enlatadas. 

Cogumelos laminados congelados duram mais e são três vezes mais baratos

  • Os cogumelos inteiros frescos conservam‑se mais tempo do que os laminados, desde que bem acondicionados no frigorífico. Depois de lavados, o tempo que se perde a laminar é muito reduzido e o desperdício é zero, já que se aproveita tudo.
  • Considerando as versões embaladas, os inteiros são, em média, 17% mais baratos do que os laminados. Consegue-se ainda mais poupança optando pelos frescos inteiros a granel.
  • Caso prefira, ainda assim, cogumelos laminados, saiba que os ultracongelados chegam a ser três vezes mais baratos do que os frescos. Além disso, conservam‑se por mais tempo, o que permite ter sempre uma reserva no congelador.

Peixe ultracongelado mais caro do que na peixaria

Ainda no setor dos ultracongelados, e ao contrário dos legumes, o peixe sai mais caro: os lombos de salmão frescos (a cerca de 20 euros o quilo) são, em média, 21% mais baratos do que os ultracongelados, podendo a diferença ser mais do dobro, se considerarmos marcas mais caras, a cerca de 58 euros ou mais por quilo.

Se pretende ter algumas postas de reserva no congelador, é preferível comprá‑las na peixaria e congelá‑las. Indique a data de congelamento e atente ao prazo de validade: três meses para as espécies gordas, como salmão, atum ou sardinha, e seis meses, para peixes magros, como pescada, dourada ou linguado. Para mais informações, consulte o artigo sobre como preparar e congelar todo o tipo de alimentos no congelador.

Também pode poupar no peixe fresco, optando por espécies mais baratas e igualmente nutritivas, como cavala, faneca, sarda e truta.

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Alimentos prontos a usar não compensam

Conservas chegam a custar o triplo face a leguminosas secas

O feijão ou o grão em conserva são sem dúvida mais práticos do que as versões secas. Mas a DECO PROTESTE aconselha a comprar as leguminosas secas e a prepará-las em casa: ficam a metade do preço das conservas grandes e até três vezes mais baratas, se considerarmos as latas mais pequenas.

Para preparar leguminosas secas, demolhe-as durante 12 horas e coloque-as em água a ferver por cerca de 45 minutos (se tiver uma panela de pressão, em 15 minutos ficam prontas). Uma embalagem de 500 gramas custa cerca de 99 cêntimos e equivale a um quilo de produto cozido escorrido.

Depois de preparadas, podem ser conservadas em pequenas porções no congelador para usar em qualquer altura. Poupa dinheiro e embalagem, além de que é mais saudável: não contêm aditivos nem o excesso de sal habitual nas conservas. 

Conservas em frasco até 40% mais em conta do que em lata

Apesar de mais caras, se preferir comprar as leguminosas em conserva, para não ter o trabalho de demolhar e cozer, opte por frasco de vidro. O estudo verificou que as conservas em frasco são 17% a 40% mais baratas do que em lata, considerando embalagens grandes e pequenas, respetivamente.

Miolo de nozes mais caro do que nozes inteiras

Comprar os frutos secos inteiros com casca compensa. As nozes com casca chegam a ser 26% mais baratas do que o miolo vendido em metades, já tendo em conta que
só se aproveita cerca de metade do peso após descascá‑las.

Pique os alhos e as cebolas em casa

As cebolas e os alhos já picados ultracongelados são uma tentação para quem os utiliza regularmente nos cozinhados. Além de poupar tempo na preparação dos pratos,
não ficará com aquele cheiro característico nas mãos nem com os olhos congestionados. Contudo, esta opção é bastante mais cara.

Mais vale, por isso, picar vários alhos e cebolas e guardá-los em caixas no congelador, já prontos a usar.

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Embalagens familiares são geralmente mais em conta

Formato familiar poupa carteira e ambiente, se não desperdiçar  

As embalagens grandes permitem, quase sempre, economizar dinheiro, além de que poupam embalagem. São sobretudo interessantes para produtos muitos consumidos em casa e com prazos de validade mais alargados, como café, cereais e ultracongelados. 

  • Optando por uma embalagem de 40 cápsulas em vez de quatro caixas de dez unidades, economiza três cêntimos por café, no caso de uma marca de supermercado. Parece pouco? Vamos a contas: uma família que beba quatro cafés por dia pagará 263 euros ao fim de um ano: optando por caixas com mais unidades, poupará 44 euros. Considerando cápsulas de outras marcas, a poupança poderá ser superior, na ordem dos 30 por cento. 
  • Nos produtos de mercearia, como cereais de pequeno‑almoço ou esparguete, os formatos familiares também saem, quase sempre, mais em conta. Mas atenção: por vezes há exceções, pelo que é preferível comparar preço ao quilo, lendo o letreiro na prateleira do supermercado.
  • As embalagens familiares também são frequentes nos ultracongelados e são uma boa opção, se tiver espaço no congelador e as mantiver em boas condições de conservação: além de geralmente mais baratas, sobretudo no caso dos legumes, têm um prazo de validade mais alargado do que os produtos frescos. Um saco de um quilo de ervilhas ultracongeladas, por exemplo, permite poupar até 40% face às embalagens de 400 gramas.
  • Noutros tipos de produtos, tais como panados ou douradinhos, a troca também é geralmente vantajosa.
  • Contudo, a poupança com embalagens grandes de medalhões de pescada ultracongelados é quase nula. Como já referido, para guardar peixe no congelador, privilegie peixe fresco e congele‑o em porções.

Atenção: as embalagens familiares compensam se tiver a certeza de que irá consumir o produto dentro do prazo. Este cuidado deve ser redobrado na compra de alimentos perecíveis (como iogurtes, por exemplo). Caso contrário, além de se desperdiçar comida e dinheiro, prejudica‑se o ambiente.

Quase 40% dos nossos caixotes do lixo são compostos por alimentos e outros produtos que nem sequer foram abertos ou utilizados. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, publicados em setembro de 2022, 1,89 milhões de toneladas de alimentos foram para o lixo em 2020, o que equivale a 183,6 quilos de comida por português, em média.

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Estratégias para poupar e alertas para não ser induzido em erro

Para fazer face aos aumentos de preços dos alimentos, vale a pena estar atento às melhores opções de compra. 

  • Comparar preços entre lojas e no local de compra é o primeiro passo.
  • Verifique também se as promoções e as embalagens grandes compensam e opte, sempre que possível, por alternativas mais económicas de um mesmo produto. Como mostra este estudo da DECO PROTESTE, este cuidado permite fazer boas economias. Num cabaz de 16 produtos alimentares muito consumidos, optando pelas versões mais baratas, em vez de 112,80 euros, paga 72,80 euros, ou seja, menos 40 euros pela mesma quantidade de alimentos. 
  • Mas atenção: a exceção confirma a regra, como se costuma dizer. Embora os ultracongelados sejam geralmente mais baratos, no caso do peixe, compensa optar por peixe fresco.
  • Quanto aos formatos familiares, por serem, em regra, proporcionalmente mais baratos, o consumidor poderá ter o reflexo de pegar logo numa embalagem grande sem olhar ao preço. E alguns supermercados contam com estas distrações dos consumidores, alerta a DECO PROTESTE, que, neste estudo, encontrou algumas embalagens familiares de cereais que não compensavam face aos pequenos formatos, por exemplo.
  • Nunca deixe, por isso, de comparar o preço ao quilo ou litro ou à unidade. Os comerciantes são obrigados a afixá‑lo junto dos produtos, mas estão quase sempre em letra miniatura.

Consulte mais conselhos para poupar nas compras de supermercado.  

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