"Nada substitui um médico de família"
Mais de um milhão de cidadãos em Portugal não tem médico de família e é longínqua a possibilidade de o vir a ter nos próximos anos. Como chegámos aqui? O que é necessário para abrir a todos a porta mais importante do Serviço Nacional de Saúde? A fuga de médicos para o privado é inevitável? Debate em mais um episódio do podcast POD Pensar, com Aurélio Gomes.
- Herausgeber
- Maria João Amorim
Mais de um milhão de cidadãos em Portugal não tem médico de família. A promessa, por parte de sucessivos Governos, de cada português ter um médico de família, tem mais de 20 anos. Como se explica uma carência desta dimensão?
Como pode um país que se orgulha de ter erguido quase do nada um serviço de saúde público de qualidade manter fechada a tantos a porta de entrada mais importante?
Os centros de saúde são a primeira linha de apoio aos utentes. Se os cuidados primários falharem, tudo o resto no sistema falha também?
Foi o que Aurélio Gomes perguntou, em mais um episódio do podcast POD Pensar, a Ana Jorge, ex-ministra da Saúde e atual presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, a Paula Broeiro, vice-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, e a Alexandre Tomás, diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal e responsável por um projeto inovador dirigido a utentes sem médico de família.
Os três concordaram que o problema dos muitos utentes sem médico de família em Portugal não terá resolução breve, mas que esta é uma falha séria que põe em causa os cuidados de saúde dos cidadãos. "Nada substitui um médico de família", sublinhou-se.
Projeto inovador no Seixal para utentes sem médico de família
A centralidade do papel dos cuidados de saúde primários é incontornável. Dessa importância nasceu um projeto especificamente dirigido a utentes sem médico de família no Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal.
Alexandre Tomás, diretor executivo, conta como, no Seixal, não há filas a formarem-se de madrugada à porta do centro de saúde. Há uma Via Verde, nome do projeto, para quem não tem médico de família atribuído, que permite marcar (de véspera, se for preciso) consultas pelo telefone.
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